segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

The Mysteries Of Harris Burdick


The Mysteries Of Harris Burdick
The Mysteries of Harris Burdick - uma coleção de livros de Chris Van Allsburg em que uma página contém uma ilustração, e a seguinte conta com uma frase, pretensamente recuperado de uma obra maior.


Veja mais aqui:
E aqui:

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O Vírus Da Estrada Vai Para O Norte

"O Vírus Da Estrada Vai Para O Norte" é o nome do terrível quadro que muda do conto de mesmo nome, de Stephen King. O conto é da antologia "Tudo É Eventual".




Mais sobre o conto neste link: http://skdarktower.blogspot.com.br/2008/08/o-vrus-da-estrada-vai-para-o-norte.html

A imagem acima é do episódio da série televisiva "Pesadelos E Paisagens Noturnas".

Abaixo, uma ilustração da história em quadrinização dele, da antologia "Stephen King's Secretary Of Dreams", da Cemetery Dance. (Veja mais aqui: http://www.cemeterydance.com/secretary/stories/roadvirus1.html)



Imagine: Um assassino com dentes de canibal singrando as rodovias num conversível.
Ele está vindo, ele está vindo.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

"Crepúsculo Em Gotham"

Quadro "Crepúsculo Em Gotham"

(No original, "Twilight in Gotham")

Pintura apresentada no episódio "Cold Confort", do desenho do Batman (The New Batman Adventures).
De autoria do personagem Guiseppe Bianci



 Adorei o quadro!
A pintura transmite a magnificência e monstruosidade do ambiente urbano!
Um detalhe caprichadíssimo que exemplifica o quanto o desenho do Batman dos anos 90 teve uma produção muito bem cuidada, principalmente na última temporada.




Imagens extraídas do Youtube.

O episódio "Cold Confort" pode ser conferido aqui:

sábado, 25 de agosto de 2012

Planeta Da Solidão


Olá, visitante!
Durante o dia as pessoas ficam encerradas na cidade grande, convivendo com os predadores urbanos e outras coisas más que se escondem nas sombras do concreto. Mas à noite seus espíritos ficam livres para vagar por outros mundos! Em alguns casos, livres o suficiente para adotarem outras formas!

Contos do Velho Horrorista Apresenta:
Planeta Da Solidão

Eu acordei longe, muito longe. A mundos do meu leito.
Acordei de pé, sem sinal de ter adormecido. Vestido e andando, como se tivesse assumido a vida de outro. Parei e olhei em volta.
Só havia um deserto semi-plano com uma atmosfera imersa na noite, na qual não se avistavam estrelas. No alto, pairando solitária no ar sem nuvens, uma Lua alienígena. Não era a minha Lua, não era. Eu o sabia.
Portanto, eu não estava na Terra. Era um lugar desconhecido que eu sabia apenas ser muito longe.
E eu estava sozinho. Era apenas eu sob uma Lua estranha... Que era o local onde eu sabia que haviam todas as coisas. Lá havia vida. Lá o tempo passava. Lá, naquela Lua, havia mundo para se viver. Lá haviam pessoas. Minha solidão era reforçada pela proximidade intransponível de uma ilha celeste da qual não participava.
E eu estava velho. Quando o desespero daquela situação foi se insinuando cada vez mais, eu olhei para minhas mãos, para ver se tremiam... o quanto tremiam, melhor dizendo. Vi mãos velhas, pele fina cobrindo veias salientes - como seda sobre vermes. Carne magra, veias escuras parecendo tentar conduzir vida desesperadamente. Mãos velhas, mãos de homem fraco, mãos de homem com pouca vida. Elas saiam de um terno negro, mau agourento por si só ao lembrar as vestes de um morto.
Após olhar as mãos, me conscientizando da verdade, eu a senti com toda a força. Senti quem era, senti a velhice avançada daquele corpo no qual fora preso. E me senti vulnerável devido a toda essa fraqueza. Mesmo não havendo nada no deserto frio além de mim.
Eu tentei me controlar, tentei me convencer de que era um sonho, mais um sonho. Não funcionou. A certeza de que toda aquela devastação era real era tão intensa, tão dominadora quanto as sensações mais corriqueiras da vida. Eu sentia plenamente aquele corpo ancião, sua fraqueza, seu estado moribundo. E tinha certezas absolutas sobre aquela Lua-mundo.
A brisa constante se intensificou num vento, e eu me arrepiei. Havia algo de sobrenatural nisso, era como um sinal de que eu tinha de me mexer, de que o tempo estava correndo... e acabando. Mais uma daquelas certezas que havia recebido no pacote do fardo daquela existência em que havia mergulhado.
Não importava se eu sabia o que devia, o que podia fazer... Ou mesmo se havia algo para ser feito - coisa que não parecia. Eu chorei, então, desconsolado. Tudo era inclemente.
Ergui as lapelas de meu terno e iniciei a caminhada. Eu não sabia sobre a natureza daquele mundo, daquela Lua e daquele corpo. Talvez eu tivesse me incorporado em alguém, mas não havia como saber. E então, começando a caminhar, não tinha também como saber se ia na mesma direção em que ele rumava antes, ou se tomara um novo curso.
Eu caminhei muito. Com aquele corpo e naquele deserto frio, foi penoso.
Aquelas terras não mudavam. Mesmo assim, não parei. Tropecei várias vezes, era difícil. Aquele era um corpo realmente decrépito.
Um hora algo mudou. Algo apareceu. Avistei um ponto preto perto da linha do horizonte.
Eu hesitei, por algum motivo. Mas me forcei a ir ver de perto. Não conseguia ter esperanças suficientes sobre o que era. Mas tinha que ter alguma... um esperança mínima burocrática.
Com minha aproximação, o ponto aumentou e ganhou tamanho. Depois, foi ganhando detalhes.
Parei. No fundo de minha mente, a mesma insegurança que me fez hesitar voltou, maior. Tal como o ponto se tornara maior. Era agora um sentimento de medo, algo instintivo ainda, não muito claro... Mal formado, mal identificado... Mas forte. Algo em mim queria me fazer voltar, correr por sobre minha trilha semi-apagada.
Havia, entretanto, outra porção de mim, que estava desesperada. O que havia mais naquele reino desértico além daquela mancha negra? Tudo o que havia de bom, todas as coisas e pessoas daquela dimensão - eu sabia com toda força - estavam naquela Lua. Que era totalmente indiferente ao meu sofrimento.
Eu prossegui. Eu precisava.
E com muita perseverança, teimando em usar a decripitude daquele corpo, eu cheguei.
Foi um erro. Eu deveria ter voltado.
A coisa escura era uma tumba. Algo antigo, feito de um material negro. Um caixão composto por placas grossas...
E estava aberto. A pesadíssima tampa  estava caída para o lado, com jeito de que fora empurrada com dificuldade.
Dentro do esquife havia um corpo. Íntegro, não corrompido. O cadáver de uma mulher, vestido numa mortalha branca com jeito de confecção antiga, pelo tipo do tecido e pelo desenho da roupa.
Um cadáver antigo.
Eu fiquei ohando-o. A mulher era pálida e tinha lábios bem vermelhos, com cor de maçã suculenta. Coroando a cabeça, cabelos secos e desgrenhados.
Parecia uma vampira.
Com essa constatação, um terror então brotou em mim e foi crescendo. Vieram mais daquelas inuteis perguntas sobre tudo aquilo que estava vivendo: Por que eu achava... sentia, melhor dizendo... que era uma vampira? Quem abrira o caixão? Quem poderia ser tão forte? Porque a areia não havia tomado todo o seu interior, se ficara aberto tanto tempo?
Eu abandonei todas elas, me virei e comecei a voltar. Comecei a fugir, usando aquela velha máquina que usava como corpo.
Ouvi algo, e me virei de volta para o caixão. Para ver o que eu já sabia, para ver o que sentia que tinha de acontecer:
A mulher estava acordada, sentada na esquive. Me fitava e rosnava para mim, com fome. Era mesmo uma vampira.
Ela começou a se mexer, com tanta dificuldade quanto eu. Saiu do caixão, caindo. E logo depois veio atrás de mim, para me pegar.
Eu não estava mais sozinho naquele planeta desértico.
Mas agora tinha de continuar correndo, me mexer mais desesperadamente que antes.

Creio que quando o terror era demais para mim, quando gritei alto o suficiente, eu acordei.
Voltei para minha vida mundana, só tendo de me preocupar com os horrores da cidade grande, com as sombras que espreitavam o cotidiano. Era o suficiente, era muito melhor.
Mas voltei àquele mundo onírico novamente, quando adormeci. E o horror se repetiu.
Várias vezes.
Ainda sonho. Vou todas as noites para essa outra realidade. Assumo aquele corpo fraco e velho naquele mundo. E todas as vezes encontro o caixão e a vampira.
Temo que chegue um dia em que não consiga voltar antes que ela me alcance.

NOTAS DO AUTOR

"Estranho como gravuras num livro podem fazer uma pessoa pensar."
- HP Lovecraft, na história "A Estampa Da Casa Maldita"

Essa história de fantasia escapista foi inspirada pela capa de um livro que tenho a sorte de possuir Chama-se ALFRED HITCHCOK APRESENTA: HISTÓRIAS PARA NOITE SEM LUAR.
Fiz uma edição meia-boca dela e transformei-a na ilustração do conto.
A "Alfred Hitchcock Apresenta" é uma coleção de antologias, com contos de suspense e horror selecionados pelo grande diretor (não preciso dizer, né? Responsável por "Psicose", "Os Pássaros", "Intriga Internacional"). Muitos desses contos são de grandes autores, como o recém-falecido Ray Bradbury.
A maioria desses contos é sobre horror urbano. Esses livros são uma inspiração para mim.




Uma curiosidade desse livro em particular é que ele possui a única tradução para português que conheço do conto "It's a Good Live", de Jerome Bixby (Uma Vida Boa). Uma história incrível! É sobre a condenação de uma cidadezinha nas mãos de um garoto que tem poderes de um deus.
Em 1970, foi votado pela entidade Escritores de Ficção Científica da América como uma das 20 melhores histórias de ficção científica já escritas. Foi transformada num episódio da série Além Da Imaginação.
Para quem se interessou, o conto pode ser conferido nesse site: http://www.fys.ku.dk/~thoeger/its-a-good-life.pdf

Deixe o escuro vir!